sábado, 16 de maio de 2009

ENEH 2009 - Mini cursos

http://www.enehbelem.4h.com.br/inscricao/minicursos.html
Os participantes que se inscreverem no ENEH terão direito a uma vaga em mini-curso e oficina de sua preferência.

Quem fizer sua inscrição online deverá manifestar a escolha do mini-curso e da oficina no corpo de e-mail em que mandará anexo seu comprovante de pagamento e ficha de inscrição.

Quem já tiver feito sua inscrição ou desejar optar por seu mini-curso/oficina depois de fazê-la, deverá mandar um e-mail para sub-comissão político-acadêmica (academica@enehbelem.4h.com.br), informando seu nome e solicitando sua lotação em dos mini-cursos/oficinas disponíveis.

Os 9 mini-cursos a seguir não serão os únicos do ENEH. A sub-comissão político-acadêmica está em processo de definição dos demais. O mesmo acontece com as oficinas. Esperamos que muito em breve divulguemos a lista completa.

Os mini-cursos até agora aprovados e que serão ministrados no ENEH-Belém são os seguintes:
1) CULTURA POPULAR: DISCUSSÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
Ministrante: Maria Auriane de Sousa Ferreira (Graduada em História pela URCA – CE. Especialização em História do Brasil / Paraíba pela FIP-PB.)
A necessidade de se discutir os grupos de manifestações populares numa perspectiva historiográfica atual, abordando conceitos de tradição presente nesses grupos e das identidades, a fragmentação das identidades e a análise dos pós-estruturalistas. A discussão da dicotomia entre cultura erudita e popular, as recepções historiográficas quanto a esses conceitos no Brasil, juntamente com a produção nacional. Tendo como objeto de estudo um grupo: os congos de Milagres, da cidade do Ceará, as mudanças advindas com a modernidade para que se possa permanecer a tradição. O uso da fonte oral como de fundamental importância para o desenvolvimento de projetos direcionados a cultura popular. Como utilizar a fonte oral, quais métodos devem ser utilizados, como direcionar e ser direcionado pelas fontes e pelo objeto de estudo. A proposta do mini-curso é discutir as novas perspectivas em cultura popular, a institucionalização das práticas culturais pelas secretarias de cultura e as abordagens historiográficas quanto ao conceito de popular, seguindo a vertente de invenção em Certeau, Chartier e Hobsbawm.

2) HISTÓRIA & MÚSICA: TEORIA E METODOLOGIA DE PESQUISA
Ministrante: Elton John da Silva Farias(Graduado em História pela Universidade Federal de Campina Grande. Atualmente é Mestrando em História pela mesma instituição.)
Um dos campos de pesquisa menos estudados e compreendidos na historiografia, mesmo com o advento dos paradigmas emergentes e da metamorfose epistemológica em História, principalmente com o advento da nouvelle historie da Escola dos Annales. Nesse contexto, emergente a partir da década de 1970, o termo Música não tem acompanhado o ritmo de “renovação” teórico-metodológica dos andarilhos filosóficos que são os historiadores. A academia, com todas as suas máscaras de seriedade, não abriu tanto espaço para o trabalho que volte suas atenções para a análise da “forma-canção”, como denominaria Marcos Napolitano, ou mesmo para a arte de compreender as subjetividades e subjetivações da produção musical. Jovens pesquisadores não se sentem muito seguros para encarar esse desafio, dentre outras coisas, ou por não encontrarem o devido apoio ou por se relacionarem com docentes que simplesmente não desenvolvem projetos na área. Assim, este mini-curso orienta aquele historiador iniciante para a seguinte problemática: por onde começar? como encarar a canção popular em História, como fonte ou como objeto de pesquisa? além da letra, a melodia da canção também nos diz algo?. Para responder a tais questionamentos, utilizar-nos-emos, dentre obras específicas em música, de leituras voltadas para a compreensão do cotidiano das pessoas (em nosso caso, músicos/artistas) como um lugar de relações de astúcia, assim como diria Michel de Certeau, e entenderemos a canção como um objeto de discurso, aos olhos de Michel Foucault, que escrevendo sentidos a outrem, torna-se uma espécie de palimpsesto da memória.

3) HISTÓRIA INDÍGENA DOS SERTÕES DO BRASIL: NOVAS ABORDAGENS
Ministrantes: Jean Paul Gouveia Meira (Aluno do VII semestre da graduação em História da UFCG e pesquisador bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq)Luiz Francisco da Silva Júnior (Aluno da pós-graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande)Marcos Felipe Vicente (Aluno da pós-graduação em História da Universidade Federal de Campina Grande)
A retomada da história indígena com um recorte para um espaço de representação denominado de sertão, possibilita repensar afirmações simplistas de que os indígenas, nessa região, foram apenas atores coadjuvantes do processo da expansão de limites econômicos-territoriais dos portugueses. E que os homens e mulheres indígenas, sob o domínio da política indigenista, integraram-se, de forma submissa, à sociedade envolvente, transformando-se de elementos perturbadores a indivíduos colaboradores do processo de ocupação portuguesa na Colônia. Buscar-se-á rever posições historiográficas e valorizar as ações dos povos indígenas que se localizavam nesses ditos sertões, analisando os discursos e a historiografia oficial, que direta ou indiretamente dão visibilidade apenas às práticas das políticas indigenista em detrimento das políticas construídas pelos povos indígenas. No intuito de contribuir com a referida temática objetiva-se, neste mini-curso, analisar as relações interetnicas formados pela interação dos sujeitos históricos, indígenas e colonizadores diante das diversas situações coloniais construídas numa região denominada de “sertão”, e demonstrar as novas abordagens desenvolvidas em torno da temática História Indígena.

4) A RESPONSABILIDADE PENAL NOS CRIMES AMBIENTAIS
Ministrante: Mirella de Almeida F. Guerra(Mestranda em Ciências das Religiões – UFPB)
A presente proposta tem como objetivo demonstrar que na atualidade a tutela jurídica do ambiente é uma exigência mundialmente reconhecida. Tal análise se justifica por ter a finalidade de conscientizar as pessoas jurídicas e naturais, em co - autoria, de sua culpabilidade nas práticas lesivas ao meio ambiente. A metodologia empregada para se fazer esta abordagem foi, inicialmente, a leitura e análise de autores que já pesquisaram sobre a temática, Edis Milaré, Celso Antonio Pacheco Fiorillo, Fábio Roberto Peres, acompanhada da análise teórica pós – estruturalista de Michel Foucault que faz uso da história utilizando-se de documentos como instrumentos para interpretar o mundo, analisar os processos de mudanças culturais e os seus efeitos sobre as ações humanas. A destruição do ambiente constitui, sem dúvida nenhuma, um dos maiores problemas que a humanidade tem deparado desde a segunda metade do século XX, cuja gravidade é de bastante conhecida pelo que representa para a vida e para a própria sobrevivência do homem. Sobre este aspecto que estruturamos nossa proposta de mini curso.

5) PARA ALÉM DO ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES HISTORIOGRÁFICAS ENTRE HISTÓRIA ORAL, MEMÓRIA E CIDADE
Ministrante: Fagno da Silva Soares(Especialista em Metodologia do Ensino e da Pesquisa em História do Brasil, UNIFIA)
A proposta deste mini-curso é contribuir para o alargamento do conjunto de estudos e reflexões historiográficas acerca de história oral e seus usos no ensino da história e os conceitos de memória e cidade. Radiografando um estudo problematizado da história e do seu ensino sob a tríplice articulação entre história, cidade e memória, enquanto elementos formadores do imaginário escolar e de memórias que permitirá uma reflexão histórica do espaço urbano como um lugar de significação social e cultural através da sobreposição analógica das várias cidades enquanto espaço de construção permanente de cultura e história. Nessa perspectiva, o mini-curso esboçará um painel que se desdobrará sob uma visão crítica, instigante dos conceitos e usos da história oral e memória propondo possíveis caminhos de reflexão e aprofundamento a estudos futuros, convertendo-se em um exercício de interconexões filigranadas entre história, cidade, pretérito e tempo presente.

6) A IMIGRAÇÃO JAPONESA NO PARÁ: 80 ANOS DE HISTÓRIA
Ministrantes:Geraldo Magella de Menezes Neto (Bacharel e licenciado em História pela UFPA. Atualmente é pesquisador da Fundação Carlos Gomes, de Belém-PA)Alfredo Jorge Hesse Garcia Neto (Bacharel e licenciado em História pela UFPA. Atualmente cursa especialização em Arqueologia pela UFPA)
O ano de 2009 é marcado pelos 80 anos da imigração japonesa no estado do Pará. Interessante notar que, mesmo sendo o estado que possui a terceira maior colônia de imigrantes nipônicos no Brasil, a presença japonesa no Pará ainda é desconhecida por muitos. O objetivo desse mini-curso, levando em consideração o tema do ENEH, “descobrindo o nosso norte”, é tornar conhecido dos estudantes a história da imigração japonesa no Pará. Costuma-se tomar o exemplo da imigração japonesa para o estado de São Paulo como modelo comum para todo o Brasil. Contudo, cada região que recebeu os imigrantes possui as suas particularidades, e o Pará não é exceção. Um exemplo disso é que os japoneses que vieram ao Pará foram destinados à ocupação do território, diferentemente de São Paulo, onde foram destinados às fazendas de café. As temáticas a serem abordadas são: as origens da imigração; as discussões sobre a vinda dos japoneses para o Brasil; a imigração japonesa no Pará (1929); a imagem do japonês durante a Segunda Guerra Mundial; o campo de concentração de Tomé-Açu. Os japoneses passaram por grandes dificuldades nesse período, mas também conseguiram ascensão econômica, conquistando posições de destaque em vários municípios paraenses, tais como Belém, Santa Izabel, Tomé-Açu, Monte Alegre. O mini-curso trabalhará com as noções de cultura e identidade, enfatizando as trocas culturais que ocorreram e as transformações da imagem do japonês ao longo do tempo. As fontes utilizadas são jornais, imagens, folhetos de cordel e entrevistas, além da bibliografia pertinente.

7) RELAÇÕES DE GÊNERO EM VIOLÊNCIAS COMETIDAS POR MULHERES
Ministrante: Kelma Gonçalves Sobrinho(Graduanda em História UFG-CAC /Catalão-GO)
No Brasil, cerca de 2 milhões de mulheres são espancadas a cada ano por maridos ou namorados. Poucos são os casos em que mulheres rebelam e não aceitam essa condição de subordinada, onde o homem pode tudo, inclusive agredir e matar enquanto a mulher é condicionada ao lar sem direito de questionar e de participar das relações públicas. A sociedade não aceita a violência, mas aceita menos ainda quando esta é cometida por mulheres. Portanto, a presente proposta visa compreender as imagens que a sociedade e o meio jurídico constroem sobre as mulheres quando estas fogem às regras que lhes são impostas, ou seja, quando transgridem aos papéis sociais atribuídos a elas e passam de vítimas a acusadas, deixando de lado tudo aquilo que a cultura definia como sendo suas atividades como boa mãe, esposa dedicada ao lar e ao marido pra entrar no mundo do crime que até então era considerado masculino. Este mini curso será constituído por exposição de conceitos sobre gênero e violência a partir de autores como Mariza Corrêa, Boris Fausto e Joan Scott e também a partir do vídeo de um rap que será apresentado e analisado com este intuito. Com este mini curso espero poder ampliar o quadro de pesquisas ressaltando a mulher não como vítima, mas como sujeito que age em busca de transformações para garantir espaço em uma sociedade que está voltada para o homem.

8) ESTADO E CAPITALISMO NA AMAZÔNIA, O CASO DO AMAPÁ
Ministrante: Luiz Felipe dos Santos Pinto Garcia(Bacharel em História / Militante dos movimentos sociais no estado do Amapá)
O objetivo central do minicurso é oferecer aos participantes um panorama básico sobre a atual situação econômica e política do estado do Amapá. No entanto, para se alcançar esse objetivo faz-se necessário uma breve apresentação da constituição histórica do estado em sua relação com a Amazônia e com o restante do país.Essa breve apresentação ocorrerá nas primeiras quatro horas do minicurso e englobará os seguintes temas: o processo de colonização da região; o desenvolvimento econômico e as políticas públicas para a região da independência até a estadualização da região, com a promulgação da constituição de 1988. Como contraponto a esse processo, faremos uma exposição do impacto que tiveram as diferentes manifestações do capitalismo no estado para as populações que habitam seu território. A abordagem dos temas será realizada através da leitura conjunta de pequenos textos (historiográficos e documentais).As últimas quatro horas serão destinadas a traçar um panorama das atuais formas de desenvolvimento do capitalismo na região, sempre enfocando sua relação íntima com o Estado. Nesse momento, será privilegiada a perspectiva que diversos movimentos sociais atuantes no estado construíram sobre as localidades onde atuam/vivem. Nesse momento, a abordagem será realizada através da apresentação do “Mapa dos Conflitos Socioambientais do Estado do Amapá”, ferramenta de auto-aprendizagem e de reivindicação, construído pelos movimentos sociais do estado no contexto dos encontros preparatórios que antecederam a ida da delegação amapaense ao Fórum Social Mundial – 2009, realizado na cidade de Belém.

9) AS MARIAS NO CANGAÇO – FACES FEMININAS NO BANDITISMO SOCIAL
Ministrante: Christoval Araujo S. Junior(Professor substituto de história na escola de Aplicação da UPE em Petrolina - PE. Bolsista UPE 2007-2008, pelo projeto de extensão: Ferramentas Educativas Projeto de Integração Social na penitenciária)
Tratar a questão de gênero em um ambiente que predomina a figura masculina como preponderante – O Cangaço. Até hoje, o tema é tratado mais com uma lenda, com seus heróis e mitos, do que com estudos e debates aprofundados sobre, e, quando existem, quase sempre giram em torno do seu “maior ícone”, Lampião. O mini-curso irá debater questões abordadas no projeto de pesquisa As Marias do Cangaço – Faces Femininas no Banditismo Social que propõe analisar quem é a mulher nordestina/sertaneja de meados do século XIX, princípio do século XX, inserindo-a no contexto do cangaço, analisando a construção de um sujeito, que levará na década de 1930 a entrada efetiva de mulheres em bandos com uma participação direta até o fim do “movimento” e principalmente estudando o legado que foi deixado por essas cangaceiras à mulher de seu meio, de sua época. Especificamente será abordada a formação da identidade da mulher do sertão nordestino brasileiro e sua inserção no banditismo social, caracterizando coronelismo e cangaço e o contexto histórico em que ambos se encontram, se unem e se confrontam, analisando quem eram, como agiam e viviam as cangaceiras.

ATENÇÃO!
Esta ainda não é a lista definitiva de mini-cursos. Só escolha uma das opções acima, caso esteja certo de querer participar dela. Se for assim, manifeste sua escolha, procedendo como descrito no começo desta página. Em caso de indecisão, espere mais opções de mini-curso em breve.

danilo feop

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